Felizes… ops, feliz para sempre!

Tenho alguns filmes que fazem carinho no meu coração, não necessariamente nessa ordem de preferência: Simplesmente Amor, Um lugar chamado Notting Hill, O diário de Bridget Jones, Orgulho e Preconceito, a trilogia de Antes do Amanhecer e por aí. Pegou a ideia, certo? Pacote hollywoodiano de felicidade. Já os assisti umas zilhões de vezes, e são minhas tábuas de salvação em momentos de carência amorosa. Se tornaram mais rápidos e eficazes em suprir minha necessidade de romance que o envio de mensagens para contatinhos, ou a tentativa 2893797979 de conhecer alguém legal em aplicativos. 

Adoro romances “água com açúcar”, sou canceriana, portanto, adoro um drama, e esse tipo de enredo é um prato cheio. Quando os assisto é a hora que não quero pensar muito, tipo vegetar na frente da TV. Porém, quero focar aqui no fato que essas estórias nos vendem a ideia de que o amor é difícil. Somos bombardeados por milhares de exemplos em romances e filmes que uma relação amorosa requer luta, desencontros, abdicações e sofrimento. Que é normal sofrer por amor, e o pior, que o nosso esforço será recompensado no futuro. 

Pessoas lindas, a minha fala é como mulher hétero, pois é como me identifico. Todavia, sei que a evolução independe do gênero. Se bater e doer, pega que é teu, porém como mulher, identifico que fomos educadas para aceitarmos que o “donzelo” virará um príncipe se NÓS nos esforçarmos o bastante. Bela e Ariel comprovam isso. Ou seja, a responsa é nossa em fazer dar certo. Temos que nos moldar, encaixar à realidade do outro. Tem também a crença que os homens são nossos salvadores, e na maioria das relações tóxicas acreditamos que migalhas são banquetes, Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel são exemplos clássicos. E por fim, unanimidade nos filmes, que seremos “felizes para sempre”. Ai vem a realidade bater à porta e tcharam: como assim não estou cantando com os passarinhos?

Um à parte, a análise rasa acima não é sobre os contos clássicos, e sim, sobre os filmes da Disney, os contos são ricos em significados e não tenho calibre para isso.

Terceirizamos nossa felicidade, a princípio parece que dá menos trabalho, é mais fácil espelhar no outro, e o melhor, teremos a quem culpar se não der certo. A culpa é minha e eu coloco em quem quiser, mercúrio retrógrado, macumba, olho gordo, no OUTRO, mas em mim? Nunquinha! Certo? Erradoooooo! Entregar nossa felicidade na mão do outro é a pior c@gada que cometemos conosco, e pasme, com o outro. Com o outro? Sim, o erro também é com ele, se ele não ir conforme as expectativas, batemos o pé, apontamos o dedo e dizemos: “A culpa é sua, eu te dei minha vida para cuidar e você estragou”. Vou ajudar a achar o erro nessa fala: A vida é minha, mas a culpa é do outro? Se a vida é MINHA, a responsável sou EU em acertar, errar, estragar, etc, certo? Se eu terceirizar esse poder, ainda assim tenho a responsabilidade de ter dado algo tão importante para outra pessoa cuidar. 

Calma, não sou pessimista. Já pensou que você pode retomar o poder e cuidar da sua própria felicidade? Tem uma frase do filme “As Vantagens de ser Invisível” que trouxe para a minha vida “Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos”. Concorda com ela? Eu sim, e ainda acho incrível como não nos damos conta disso. 

Desmitificar o amor pode evitar muitos relacionamentos insalubres, e salvar alguns promissores. Relações podem ser saudáveis, e sim, existem pessoas por aí que também estão no processo de buscar serem melhores como humanos, parceiros, pais, amigos, profissionais. Spoiler: elas erram também, assim como você e eu. E é um ser humano desses que busco para me relacionar, Oxalá me ajude. A diferença deles para os “princesos”, é que eles correm atrás da sua própria evolução, e não esperam vir do outro. 

Pessoalmente, demorei séculos para enxergar que tinha a crença do amor sofrido tão intrínseca em mim. Sempre fui fã da sofrência, veja a conjugação verbal, pretérito perfeito, fui e não pretendo voltar a ser. Entendi que o “problema” em escolher os parceiros estava em mim, e principalmente, que precisava mudar a qualidade de amor que aceitava. Eu sou responsável pela minha vida, eu que preciso me fazer feliz! Estou curada? Óbvio que não, dou umas balançadas por aí, e tenho ainda a tarefa herculana de me perdoar por algumas escolhas que fiz, e enfim, sanar os danos que elas causaram no meu emocional.

E a crença atual? Ahhh é essa aqui, e pode pegar se fizer sentido para você:

Eu me faço feliz, o outro se faz feliz, aí juntamos as felicidades, e teremos felicidade ao cubo. 

Agora me conta como você tem se feito feliz? Tem alguma receita de bolo para me ensinar?

Beijos açucarados,

Dane

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