Sonhei que estava em uma viagem maluca com uma colega de trabalho, sabe como são os sonhos. Era de noite em um ônibus comum, aqueles de linha, apertado e cheio de gente. E a viagem deveria durar algumas horas, iríamos encontrar um fornecedor em outra cidade.
Uma certa hora o ônibus para numa cidade pobre e saio para andar porque precisava sair do “apertume”. Estou andando na rua e vejo o ônibus partir sem mim, para a direção contrária, corro atrás dele.
Nesse momento tem um corte no sonho e já estou próxima ao ônibus, mas ainda é noite. Este tinha parado pois apareceu um cobra pequena que se enroscava nas pernas dos passageiros, aí pensei comigo ainda bem que saí desse ônibus, tenho pânico de cobra. Quem me conta isso é um homem. Mostro pra ele a cobra enrolada no chão próximo, ela saí rápido, mas logo para e se enrola de novo. Meu espanto é que apesar do susto inicial, o pânico não vêm e deixo a cobra ficar ali, pois sabia que ela não me faria mal.
Continuo conversando com o homem, ele tem cicatrizes no rosto, uma certa deformação, mas ainda o acho bonito. Sinto um amor por ele instantâneo, aquele calorzinho gostoso no peito. Ele pergunta se me importo com sua aparência, e falo que não, me sinto tão bem na sua presença. Certa hora ele mexe em seu braço, parte dele é como se fosse aqueles bonecos articulados de madeira para desenhistas. Ele tira algo grudado na madeira que parece carne, mas é algo seco. Ele fala que uma hora vai acabar, ele vai acabar (entendi como morrer). Peço a ele que não faça isso na minha frente, para não me lembrar toda a vez que eu visse a cena. Não sinto nojo, nem tristeza, sinto só amor.
Passamos a noite juntos e nessa parte sorríamos um para o outro, conversamos, felizes, nos abraçávamos demoradamente. Existia uma sensação de intimidade, que não caberia para poucas horas. Foi assim, me senti abraçada por esse homem, ou melhor, amada. Sabe sensação de um sonho vívido? Senti mesmo seu abraço.
A manhã chega e vamos para um lugar aberto, cheio de gente, tipo um parque com um gramado extenso, ele coloca algo para sentarmos e ficamos lá por um tempo. As pessoas começam a reparar em nós, começam os olhares estranhos, dedos sendo apontados e um tempo depois, gritos e acusações, não lembro exatamente quais. Não sinto medo dessas pessoas, só estranhamento. Um homem dentre a multidão está transtornado pela raiva e incita um cão contra nós, lembro de seus dentes. Tem muitas pessoas furiosas em nossa volta, observo a cena como uma expectadora, sem sentir medo ou raiva dessas pessoas, mas ainda assim faço parte de cena.
No momento que vejo os dentes do cão, chega uma mulher, baixa, sóbria e muito séria. Me vem a cabeça, é uma bruxa. Se dirige para o homem que segura o cão pela coleira, o mais furioso, fala que tem que levar ele para longe dali. E fala como que para ela mesma, para o homem e para todos que estão lá, inclusive para nós: compartilhe o amor.
E nessa hora acordo com a frase na cabeça, compartilhe o amor.
Se alguém souber decifrar sonhos, be my guest rs. Foi um sonho que poderia me dar medo, aflição e angústia, tantas situações esquisitas, o ônibus, a cobra, o homem que está se desfazendo, as pessoas furiosas… Porém acordei com um bem-estar, que há tempos não sentia, disposta, confiante, amada e feliz. Vai entender o coração humano…
Beijos no 💛 é um ótimo dia!
D.