O último convidado

A festa terminou, com alguns excessos como é normal, bebedeiras, choros, desentendimentos por bobagens, mas também muitas risadas, abraços e sorrisos.
Foi tão especial, sobraram tantas boas lembranças, mas chegou a hora de seguir a vida.
Espere, ainda tenho um convidado na casa, perdeu a carona e ainda está aqui, esperando, sabe-se lá o que, para ir embora.
Sentado no meio do caminho, sem jeito, cansado, desencaixado da cena. O que faço com ele? Preciso realmente organizar a bagunça que sobrou.
Peço desculpas e começo o trabalho, baixou Marie Kondo em mim e, além de limpar, começo aquele desapego sem dó.
Tento ignorar sua presença na maior parte do tempo. Entretanto, tem momentos que está bem no lugar que preciso mexer, peço para mudar de lugar, ele até tenta me ajudar, porém, atrapalha ainda mais.
Às vezes xingo internamente sua presença, outras me rendo, ofereço um cafezinho, sentamos juntos, recordamos a festa, suas alegrias e tristezas.
Nessa coreografia, de esquecer e lembrar de sua presença, a casa vai se organizando, tudo volta ao seu lugar, muita coisa jogada fora e algumas tantas guardadas com carinho.
O tempo passa sem me dar conta e não noto que ele partiu sem se despedir.
Sentimentos ambíguos.
Comemoro ou me entristeço?
Não sei, mas entendo que é um sinal que agora estou pronta para outra festa.

4 Comments

  1. Heheheh, me pego lendo, rindo e pensado ? Quem seria a mala? Bom, imagino umas que possam ser, mais se que não seria pelos círculos, rsrs*

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