Me deparei com conhecidos justificando suas escolhas, falhas, criando uma teoria fantasiosa de conspiração de um grupo feminino. “Mulheres ardilosas que mentem, enganam, manipulam e prejudicam homens indefesos.” Ficou com pena dos princesos?! Essa história me remeteu a caça às bruxas de um filme de baixo orçamento. Tenho preguiça, não passo pano, e ainda dou um chega para lá em gente que é impotente. Estes culpam os outros, nesse caso outras, pelas consequências de suas escolhas.
Ações geram consequências, de hoje ou tempos atrás, os resultados chegam, ohh se chegam. Aprendi isso no osso. Homens ou mulheres, tanto faz, que culpam os outros e se vitimizam por consequências de suas ações são para mim crianças em pele de adultos. E não dá para confiar em pessoas infantilizadas. Elas sim, são ardilosas. Crianças, enquanto crianças em fase de aprendizagem não estão com a personalidade totalmente constituída, e lhes falta amadurecimento. Lembram tiranozinhos, cruéis, egocêntricos, birrentos, e ok, são crianças, estão aprendendo, cabe aos adultos colocar os devidos limites para se tornarem emocionalmente saudáveis. (Eu gosto de criança, tá?! Tenho filhos, mas não romantizo a maternagem.) Dito isso, agora imagine um adulto com essas emoções infantis realçadas, sem um “controle” que coloque ordem na casa. Acham que podem tudo, merecem tudo, e que os outros são culpados por seus infortúnios. Boa coisa é que não vai sair daí.
Está na moda falar da criança interior, certo? Você já ouviu algumas, muitas, vezes sobre a nossa criança interior. Eu mesma falo sobre a minha. E elas devem sim, ser cuidadas. Cuidadas, não cultuadas como virou moda. Uma coisa é ofertar um sorvete à sua criança, uma volta da roda gigante, outra coisa é deixar ela sapatear na cabeça do outro. Cadê o adulto ou a adulta para colocar regra no campinho? Tem hora e lugar para a criança estar na rua, certo? Uma criança sem controle, sem filtro, e sem autorresponsabilidade faz as merdas e depois corre para os pais pedindo para resolverem o B.O.. É assim que vejo esses adultos mequetrefes, mas diferente de crianças, e eles sim, são responsáveis pelos seus atos, e devem ganhar louros ou aguentar o rojão. Porém, o adulto que deveria resolver é tão firme quanto uma gelatina, adivinha o que fazem? Despejam a culpa no outro, se isentando para não enfrentarem a própria responsabilidade. É mais fácil, não é mesmo?!
Todo mundo já fez isso, eu também já quis culpar o universo pelos meus problemas, mas questão aqui é manter esse eterno padrão e vomitar suas questões no outro sem o menor filtro, tipo os mocinhos do começo do texto. Não, obrigada. Ema, ema, ema, cada um com seus probrema! (participação da minha criança interior, ela não queria ficar de fora nessa).
Eu costumava achar que a evolução era uma curva crescente, porém, nos últimos tempos acredito que só estamos enganando melhor. E a tal evolução vem, mas só para quem realmente quer enxergar suas falhas e as possibilidades para superá-las. Crescer é desafiador, mas vale o esforço. Um dia eu chego lá, baby steps…