Era para ser um meme, era, os planos mudaram, senta que lá vem textão.
Meu apelido na adolescência era Olívia Palito, sabe o tal do bullying? Magrela, chapada, comprida e tímida. Não foi automático gostar do que via no espelho. Porém, com os anos vi que tinha tirado a sorte grande. Altura (1,78) e peso de modelete? Uiiuiui (Tirando o tamanho das mangas das blusas e as calças pula-brejo, rs, difícil achar roupa, viu?!) Na vida adulta, meu peso variou de 58 a 68, claro que tirando as gravidezes. Entretanto se for pensar numa média, acho que a maior parte dos anos tive 63 kg. E é o peso que mais me gosto.
Preparad@ pro plot twist?
Essa aí sou euzinha, hoje 28/12/24, com 48 anos, 73 kg. Eu disse SETENTA E TRÊS, com direito a pancinha, culote, gordura localizada, celulite, e pasmem, um rosto de bolacha trakinas. Cadê o corpo de modelete que estava aqui? Sumiu… Portanto amor@s, são 10 kg a mais do que considero ideal.
Vamos voltar uns 5 anos nessa história. Em 2018 já cheguei a ter 58 kg. Era saudável? Definitivamente, não! Era fumante, bebia com frequência, não praticava exercício físico, estressada, workaholic, etc. No final de 2020, meio da pandemia, antes da vacina, tive covid e fiquei malzona. Peguei essa deixa e parei de fumar. (4 anos sem cigarro, um VIVA para mim!). Óbvio que eu engordei, né?! Todavia, foi gradual durante esse tempo. Um belo dia, passei dos 70, outro dia fui pros 73, e no começo desse ano cheguei até 77 kg, nem nas gravidezes tive esse peso. Socorro!
Agora me pergunta se tô infeliz com o meu corpo atual? Nãoooo. A estética importa para mim? Muitoooo, não sou alienada desse nosso mundo visual. Aprendi a escolher as batalhas. Cuidei da saúde, fiquei meses sem beber, comecei a me exercitar (de leve, mas comecei 🙏🏼), foquei muito na saúde mental.
Tô feliz com o meu corpo? Também nãoooo. O corpo reflete a saúde, tanto física, quanto mental. Hoje, tenho consciência disso. E esse excesso de peso, entre outros, mostra que ele está inflamado, que precisa ser cuidado. Um dia vou ser sarada? Sou uma sarada assintomática. Nunca fui dos esportes. Mas onde há vida, há esperança.
Então, eu estou o que? Estou atenta. O meu corpo reflete os meus hábitos. Também reflete o corpo de uma mulher de 48 anos, na menopausa, que vive uma rotina puxada. E está tudo bem não estar no meu peso ideal.
Esse post é para me expor? Não. É para mostrar um corpo real, de uma mulher real, com uma vida provavelmente parecida com a maioria das mulheres de 40+, e que está tudo bem não estar no seu ideal. Talvez daqui uns anos eu olhe as fotos de hoje e me ache linda. Sou uma mulher possível, perfeita dentro de todas as minhas muitas imperfeições.
Mulherada, já temos cobranças demais. Sejam o que quiserem, mas o mais importante, o que podem ser nesse momento. Se validem, se amem, e se cuidem porque ninguém vai fazer isso melhor que você!
Beijos otimistas,
D.