Olhos tristes

Vejo meu semblante refletido na tela do computador. Olhos tristes  e desanimados. Não refletem o interno, raiva contida, solidão, frustração. Tpm que não acaba nunca. Será isso mesmo?

Passei por uma fase feliz e otimista. Agora estou cansada, das cobranças internas e externas. Cansada de críticas, de afazeres intermináveis, de não poder levar a vida como quero. E por que não? Porque vivo minha vida para os outros e não para mim. Dá pra mudar? Não vejo como, cansei de dar murro em ponto de faca.

Cansaço é a palavra chave. Não vislumbro um descanso, descanso da alma. Raiva e cansaço é o que sinto. Não sei lidar com a raiva, não sei transformar em força motriz. Não sei expressa-la de forma tranquila, quero vomitar, gritar minha frustração. E isso também não é bom, gera mais danos que benefícios.

Chorar? Chorei hoje, deu um certo alívio mas não a cura. Ahh a cura, será que existe isso? Sonho de muitos, a paz de espírito tão almejada, o meu também. Mas somos seres mutáveis e em eterno crescimento. Quando há calmaria demais até estranho. Por isso do receio da euforia passada. Quanto maior a altura…

Solidão, me sinto realmente só. Vivemos em comunidades, parecemos felizes e encaixados. Mas no fundo somos e estamos sós. Como dizem pro caixão não se leva nada. E se eu não gostar da minha companhia, estou realmente fudida. Eu gosto, porém falta me amar e me apoiar em muitas ocasiões. Não ando minha melhor amiga. 

Conviver com pessoas críticas e controladoras abalam a autoestima, a minha pelo menos. E vivi com uma série destes em todo o percurso até aqui. Aguentar todo dia uma crítica mal disfarçada mina a alma. Parece bobo e autopiedade, e pode até ser. Mas já tenho o ego que faz isso muito bem. Ridícula, ridícula até parece que é gente (entendedores entenderão).

Como diria Fernando Pessoa: quero estar só.

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